Publicado em 15/03/2025 por Administrador
Evidências arqueológicas reforçam a narrativa bíblica sobre a morte de Josias, último grande rei de Judá, algo que reforça a visão teológica sobre a veracidade dos textos bíblicos.
Pesquisadores anunciaram a descoberta de novos achados arqueológicos que lançam luz sobre a história bíblica da morte de Josias, o último rei de Judá, que foi morto pelo faraó egípcio Neco II. O evento, ocorrido em 609 a.C., na cidade de Megido, no norte de Israel, é uma das passagens mais significativas do Antigo Testamento.
O professor Israel Finkelstein, da Universidade de Haifa, e o Dr. Assaf Kleiman, da Universidade Ben-Gurion, apresentaram suas descobertas em publicações realizadas entre janeiro e fevereiro no “Scandinavian Journal of the Old Testament”.
Embora a maior parte da cidade de Megido já tenha sido escavada na década de 1920, novas escavações realizadas entre 2016 e 2022 focaram na região noroeste ainda não explorada.
O relatório revela que, durante as escavações no sítio arqueológico de Tel Megiddo, foram encontrados cinco compartimentos em um edifício que continham grandes quantidades de cerâmica egípcia e grega de baixa qualidade.
Segundo os pesquisadores, a presença desses artefatos sugere que se tratavam de resíduos deixados pelo exército de Neco, possivelmente acompanhado por mercenários gregos.
Forte evidência
Estudos realizados nos artefatos confirmaram que a cerâmica era genuinamente egípcia, proveniente do Vale do Nilo ou do Delta, e não uma imitação fabricada localmente. Assaf Kleiman comentou:
“Não se tratava de porcelana decorada de luxo, o que torna difícil argumentar que alguém em Megido, seja um deportado ou israelita sobrevivente, tenha decidido importar cerâmica egípcia de baixa qualidade.”
Os pesquisadores dataram a construção do edifício para meados do século VII a.C. e concluíram que os artefatos foram trazidos por Neco II durante a campanha militar do faraó, antes de serem abandonados.
Embora não haja evidências diretas da batalha entre Neco e Josias, os achados sugerem uma presença militar egípcia significativa na região durante o período em que a batalha é mencionada nos textos bíblicos.
A morte de Josias é descrita nas escrituras, especialmente em 2 Reis 23 e 2 Crônicas 36. O rei egípcio Neco II, da 26ª Dinastia do Egito, enfrentou o rei Josias, que governava Judá entre 640 e 609 a.C.
Neco estava a caminho do norte do Levante para ajudar os assírios e encontrou Josias em uma passagem de montanha, perto de Megido. A batalha resultou na morte de Josias, que, após sua morte, foi sucedido por Jeoacaz, escolhido pelos judeus, mas que acabou sendo levado como prisioneiro por Neco para o Egito.
Josias é notório por suas reformas religiosas, que buscaram erradicar a adoração a deuses estrangeiros e restaurar o Templo em Jerusalém. Sua morte é vista como um marco que antecedeu a queda de Jerusalém em 586 a.C. e o início do Exílio Babilônico.
Embora Josias seja amplamente conhecido por relatos bíblicos, não há referências sobre ele em registros egípcios ou babilônicos. No entanto, uma descoberta significativa em 2019, na Cidade de Davi, revelou um selo de argila do período do Primeiro Templo com a inscrição “Natan-Melech, servo do rei”, mencionando um de seus oficiais, o que ajuda a validar a figura histórica de Josias. Com informações: Israel365